Neste 28 de junho, vamos às ruas expressar nossa solidariedade ao povo paraguaio e demandar aos países-membros do Mercosul que estarão reunidos em Mendoza, na Argentina, uma ação enérgica contra a ação golpista que serve aos interesses da oligarquia local e do império estadunidense. O Mercosul já suspendeu a participação do Paraguai na reunião.
Como brasileiros, que nos solidarizamos com o povo paraguaio, rejeitamos o golpe e defendemos a democracia, realizamos este ato político para apoiar a postura firme da presidenta Dilma Rousseff e para cobrar medidas ainda mais incisivas contra os golpistas como:
– a suspensão política do governo golpista; sanções comerciais contra o governo golpista;
– o cancelamento dos projetos de cooperação econômica e
– o bloqueio aos financiamentos públicos enquanto o governo golpista estiver no poder
O 28 de junho marca o aniversário de 3 anos do golpe de Estado em Honduras! Vamos impedir que outro Honduras aconteça em nosso continente! É urgente barrar mais este golpe, que abre um precedente perigoso para as democracias do nosso continente!
Chamado de ação da Marcha Mundial das Mulheres em solidariedade a Paraguai Somos todas Paraguai!
A Marcha Mundial das Mulheres soma-se à solidariedade internacional às mulheres e ao povo paraguaio em este duro momento de ataque a seu processo de construção democrática. Em 22 de junho, o presidente legitimamente eleito pelo povo em 2008, Fernando Lugo, foi destituído depois de um julgamento político caracterizado como um Golpe de Estado Parlamentar, com apoio em massa dos meios de comunicação vinculados à oligarquia local. Nas Américas temos visto algo muito similar acontecer, fazem exatos três anos que em Honduras também houve um golpe de Estado.
Chamamos as Coordenações Nacionais da MMM a expressar sua solidariedade e apoiar a resistência pacífica do povo paraguaio, em particular às mulheres. Pedimos que organizem ações de rua em frente a sedes de nossos parlamentos, governos nacionais, bem como em frente às representações diplomáticas de Paraguai, para exigir:
– O NÃO RECONHECIMENTO de Federico Franco como Presidente da República, porque tem usurpado o cargo, manipulando a Constituição Nacional do Paraguai atropelando a institucionalidade democrática instalada desde o 2008;
– A volta imediata do presidente Fernando Lugo a suas funções presidenciais;
– A adoção de sanções políticas e comerciais enquanto o governo legitimamente eleito não seja restabelecido;
– A garantia ao povo paraguaio do direito de manifestar-se na contramão ao golpe, direito que está em permanente ameaça por parte de instâncias como o Ministério do Interior, a Polícia e a Promotoria.
– Demandamos esclarecimentos sobre as mortes acontecidas no distrito de Curuguaty o 15 de junho, fato que foi manipulado para legitimar o julgamento na contramão Lugo. Exigimos uma investigação transparente, com apoio de missões internacionais de direitos humanos, para que seja efetiva e imparcial e que permita que todo o peso da lei caia sobre os responsáveis.
– Condenamos e denunciamos o acionar dos meios de (des)informação em massa de Paraguai, que atuam com a intenção de intoxicar as mentes e acalmar a voz do povo e com isso pretendem infundir medo para desmobilizar à cidadania como em a época da Ditadura de Stroessner e dos sucessivos governos conservadores do partido Colorado.
Convidamos a todas a se manifestar na contramão desta agressão aos direitos do povo paraguaio e a difundir este pronunciamento. Convidamos também a socializar informações produzidas pela Frente de Resistência do Povo Paraguaio: http://paraguayresiste.com/ e pelos meios populares como a Rádio Mundo Real (www.radiomundoreal.fm), a TV Alva (www.albatv.org) e a Minga Informativa dos Movimentos Sociais (www.movimientos.org).
Estaremos em marcha até que todas sejamos livres!
27 de junho de 2012