A sociedade civil global, organizações politicas e movimentos sociais ocupam desde ontem (15/06) o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, a fim de propor uma nova forma de vida no planeta, contra a mercantilização da natureza e na defesa dos bens comuns. A Marcha Mundial das Mulheres também está presente na construção desse processo por um novo paradigma de sustentabilidade da vida humana.

A Cúpula dos Povos acontece paralelamente a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A Rio+20 marca o vigésimo aniversário da Rio 92 (ou Eco 92). Na agenda da conferência oficial está a economia verde e uma nova institucionalidade para organizar as ações da ONU sobre o meio ambiente.

A Marcha Mundial das Mulheres constrói a Cúpula dos Povos como parte da luta contra a mercantilização da vida e da natureza e em defesa dos bens comuns. Para enfrentar os desafios dessa crise sistêmica, a Cúpula dos Povos não será apenas um grande evento. Trata-se de um processo de acúmulos históricos e convergências das lutas locais, regionais e globais, que tem como marco político a luta anticapitalista, classista, antirracista, antipatriarcal e anti-homofóbica. Queremos um desenvolvimento que altere os padrões de consumo e que respeite os bens comuns. Vamos denunciar a violência e o controle sobre a vida das mulheres.

Atividades:

No dia 16, a MMM constrói às 9 horas, na Tenda 10, a oficina “Feminismo, agroecologia e soberania alimentar: construindo um novo paradigma de sustentabilidade para a vida humana. Às 16h30 na mesma tenda a MMM participa junto com a Rede Latinoamericana de Mulheres Transformando a Economia (REMTE) da oficina “Economia do Cuidado: uma chave para a vida humana”. Nos dias 18 e 19, acontecem as Plenárias de Convergências que tem os seguintes temas: plenária 1: Direitos por Justiça Social e Ambiental, plenária 2: Defesa dos bens comuns contra a mercantilização; plenária 3: Soberania Alimentar; plenária 4: Energias e indústrias extrativas e plenária 5: Trabalho, por outra economia e novos paradigmas de sociedade. Elas acontecerão na tenda “Ya Basta!” às 9 horas.

Mobilizações:

Dia 18, segunda-feira, é o dia da mobilização das mulheres na Cúpula dos Povos. Sairemos todas juntas do sambódromo, até a concentração da manifestação, às 10h no MAM.

Dia 20 é o dia mundial de mobilização. Na parte da manhã faremos um ato de solidariedade à Vila Autódromo, afetada pelos megaeventos e próxima ao Rio Centro, onde acontece a Conferencia da ONU, a Rio+20. A partir das 15h, uma grande marcha será realizada nas ruas do Rio de Janeiro.

Entre essas manifestações massivas, faremos intervenções feministas na cidade, denunciando a mercantilização do corpo e da vida das mulheres que é parte da ofensiva do capital sobre nossos territórios.