Neste final de semana, nos dias 4 e 5 de julho, a zona norte de São Paulo presenciou a primeira Virada Feminista, organizada pela SOF e Fuzarca Feminista no Centro Cultural da Juventude. O evento contou com a presença de mais de mil pessoas, refletindo assim a força transformadora da cultura das mulheres. Durante 24h, o público teve acesso gratuito a shows de artistas como Yzalú, Luana Hansen, Flaira Ferro, Útero Punk, entre muitas outra, além de intervenções teatrais e de dança, cinema, propostas poéticas e grafitagem. O objetivo, porém, não se resumia apenas a assistir a cultura produzida por mulheres, mas também a incentivar o público a produzir, falar, propor, ter voz. As oficinas e rodas de conversa cumpriram este papel, com propostas diversas, como skate, batucada, turbante, fotografia e culinária, além de debates sobre feminismo, raça, sexualidade, cultura e movimento.
A Virada Feminista se destacou não apenas pela sua programação, que visibiliza as mulheres, como também por seu processo de preparação. Organizada de maneira colaborativa, com mais de cem mulheres militantes e artistas, a Virada mostrou, mais uma vez, a importância da auto-organização e da construção coletiva dentro do feminismo. É uma resposta tanto ao conservadorismo que permeia o poder, a cultura, a educação e a comunicação, quanto ao individualismo e à ideia de rivalidade entre mulheres, incentivados pela sociedade machista.
Também se destacaram os trabalhos de grupos como a equipe de alimentação, com a MCG Eventos, que trabalha a partir da Economia Solidária e compõe a Associação de Mulheres da Economia Solidária (AMESOL), a equipe de som, pertencente a um coletivo com mais de setenta mulheres, além de coletivos que estiveram presentes em atividades, como o Actantes, responsável pelas atividades sobre ciberfeminismo, e a Equipe de Base Warmis, que trouxe o debate e a cultura das mulheres imigrantes.
A próxima Virada Feminista já está confirmada para o ano que vem. Enquanto isso, a SOF, junto aos outros grupos parceiros, seguirá impulsionando a cultura feminista por toda a cidade de São Paulo – porque a cultura das mulheres muda o mundo!
