Na manhã desta segunda-feira (21), a SOF recebeu em sua sede cerca de 40 jovens, participantes do programa Jovem Monitor Cultural. O programa é impulsionado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e está em processo de renovação neste semestre. Os jovens presentes, com idades entre 18 e 29 anos, são parte dos mais de 200 monitores que trabalham em equipamentos públicos da cidade de São Paulo, como bibliotecas e centros culturais. Algumas pessoas, inclusive, já conheciam a SOF pelo trabalho na organização da Virada Feminista, que aconteceu em julho deste ano no Centro Cultural da Juventude, equipamento público que coordena o programa.
A atividade fez parte da agenda de formação do grupo, que se reúne às segundas-feiras para debates e atividades impulsionados pela Ação Educativa, entidade que desenvolve um importante trabalho de conscientização, criação cultural e educação com a juventude.
A partir do debate sobre feminismo e cultura, Carla Vitória e Helena Zelic, integrantes da equipe da SOF pelo Ponto de Cultura Feminista, retomaram as recentes atividades culturais feministas realizadas pela entidade, como a Virada Feminista, as sessões mensais do Cinequintal Feminista, os cursos de comunicação e oficinas de criptografia e segurança na web para mulheres. Em tom tranquilo e de bate-papo, conversaram com os jovens presentes sobre a relação entre cultura e movimento e a necessidade de fortalecer esta ponte, através da criação e produção cultural coletiva, colaborativa e militante, situada na realidade e não descolada dela. Segundo as integrantes, a relação com a Fuzarca Feminista, coletivo jovem da Marcha Mundial das Mulheres, tem sido muito enriquecedora na construção conjunta de uma cultura transformadora e feita por mulheres.
A Virada Feminista foi bastante citada durante o debate, pois representou um momento de ousadia ao ampliar um projeto tímido, envolver mulheres de diversas idades na organização e na produção, e criar praticamente uma rede de mulheres artistas que, de forma completamente colaborativa, participaram e indicaram outras artistas apenas por acreditar na importância de uma grande mobilização cultural feminista. O evento teve como subtítulo a frase “a cultura das mulheres muda o mundo”, e foi a partir dela que o intercâmbio entre a SOF e os Jovens Monitores rendeu debates sobre a criação de uma cultura política feminista que envolva o máximo possível e diverso de mulheres, rurais e urbanas, jovens e idosas, periféricas, negras, indígenas, trans, lésbicas e bissexuais. Outros temas apareceram, como o das políticas públicas, da prostituição e da exploração do corpo das mulheres, do racismo, da economia feminista e solidária e da comunicação alternativa e acessível.
A atividade se encerrou com o convite a todas as jovens presentes de participar das próximas atividades culturais da SOF e da Fuzarca Feminista, e todas e todos os participantes receberam um kit de publicações da SOF sobre trajetórias, práticas e alternativas do feminismo para o mundo.