Na última quinta-feira (30), a sede da SOF, na zona oeste de São Paulo, recebeu mais de 50 pessoas para a exibição do documentário She’s beautiful when she’s angry [“Ela é linda quando está irritada”, tradução livre]. O filme conta a história da segunda onda do feminismo nos Estados Unidos, mostrando imagens históricas de mobilizações e expondo as pautas e os grandes debates das mulheres na década de 60 sobre trabalho, sexualidade, raça, corpo e as concepções de feminismo.
Mesmo disponível em plataformas de fácil acesso na internet, o público preferiu assistir na SOF pela experiência coletiva e para participar do debate após a sessão. Regularmente, a SOF organiza cine-debates gratuitos, abertos a todos os públicos. Nesta edição de junho, foram convidadas para abrir o debate algumas mulheres que militam há décadas no movimento, para contarem as histórias do feminismo de segunda onda no Brasil.
Estavam presentes Nalu Faria, Rachel Moreno, Maria Otília Bocchini, Maria Lúcia Silveira e Vera Soares. A partir da pergunta “quando e qual foi a sua primeira atividade feminista?”, elas compartilharam um pouco de suas trajetórias desde a juventude, seja no movimento estudantil, sindical, periférico ou de partido. Além delas, também estavam espalhadas pelas cadeiras, sofás e almofadas outras diversas mulheres, de secundaristas a aposentadas, para ouvir e compartilhar dúvidas e experiências.
A luta feminista no Brasil se unia à luta contra a ditadura militar, que durou 20 anos, e em seguida contra o neoliberalismo e a institucionalização dos movimentos nos anos 90. O direito ao aborto, às creches e ao salário igual, além do combate à violência e à lesbofobia, temas tão importantes para o feminismo ainda hoje, já estavam presentes nas lutas travadas pelas mulheres brasileiras há décadas.
O debate foi gravado e transmitido online, com audiência ao vivo de cerca de 30 pessoas. A gravação está disponível na íntegra e em boa qualidade no canal da SOF no YouTube.
