Estão disponíveis no YouTube da SOF dois novos vídeos da série “A cultura das mulheres”. Dessa vez, as entrevistadas foram Maria Gabriela D’Ambrozio, do Coletivo Mãe da Rua, e Martha Kiss Perrone, do espetáculo Rózà.
O Coletivo Mãe da Rua, entre diversos outros projetos, criou a peça Linha Vermelha, que discute a relação das mulheres com a cidade de São Paulo a partir das estações do metrô. Assuntos como a violência sexista, o acesso ao espaço público e a mercantilização dos corpos das mulheres fazem parte do debate proposto pelo coletivo. “Estamos com um golpe por trás de nossas costas e isso interfere na vida das trabalhadoras da cultura. Por isso, estamos aqui e vamos fazer poesia sim. A poesia também é de esquerda”, afirma Maria Gabriela.
Além disso, o coletivo também organiza as Trocas Quentes, encontros que “possibilitam a brincadeira, a troca de aprendizagem, a diversão e a conversa entre mulheres”, explicam elas. Neste mês de maio, a Troca Quente acontecerá no CDC Vento Leste e contará com roda de coco.
Martha é responsável pela concepção da peça, que remonta a vida, as ideias e sentimentos de Rosa Luxemburgo, grande lutadora da Revolução Russa. Martha contou sobre o processo de criação do coletivo, que começou com um estudo profundo sobre os escritos teóricos da Rosa Luxemburgo mas, principalmente, sobre as cartas que escreveu e seus escritos pessoais, que compunham sua biografia. “Nas cartas ela revela o cotidiano, as contradições, a concretude da luta”, diz Martha. O espetáculo Rózà esteve em São Paulo no final de 2016, com apresentações na Praça das Artes e na Casa do Povo, e em Ribeirão Preto durante o mês de maio deste ano, no SESC.
Agora, o coletivo inicia a nova pesquisa LESTE, cujas primeiras pistas vieram durante o processo de criação do primeiro espetáculo no contato com os ciganos e refugiados, mas que hoje já se expande para a procura pelo nomadismo em nossa história pessoal e pelos sentidos políticos dos modos de vida nômades.