No primeiro sábado de dezembro, dia 02, das 10h às 18h, o Ponto de Economia Solidária e Cultura do Butantã receberá a Feira de economia feminista e solidária, com oficinas, rodas de conversa, samba, artesanatos e alimentos produzidos pelas mulheres da AMESOL (Associação de Mulheres da Economia Solidária de São Paulo). O Ponto fica na Avenida Corifeu de Azevedo Marques, n° 250, a 1,1km de distância do metrô Butantã, de onde também saem várias linhas de ônibus. A programação completa se encontra no final do texto.
A economia solidária na vida das mulheres
Junto com a SOF, a AMESOL já organizou várias feiras só de mulheres, marcando presença na cidade de São Paulo e também no Vale do Ribeira, onde trocaram experiências com as companheiras produtoras de alimentos agroecológicos. “Quando participamos da feira em Registro, no Vale, falei ‘esta é a economia solidária que eu visualizei’. E pude ver que a minha missão na economia solidária está só começando. Me senti fortalecida e quero ajudar a fortalecer outras mulheres que precisam. Na AMESOL achamos reconhecimento e valorização tanto pessoal como profissional”, contou a associada Eliana Zuca.
Para Terezinha Salomão, “participar da AMESOL é muito bom. Me sinto à vontade, a gente pode falar o que a gente pensa. É interessante por ser democrática, a gente cresce como ser humano no convívio com as companheiras”. A economia solidária e feminista propõe um trabalho coletivo, que tira o foco do lucro e o coloca nas relações entre as pessoa. Por isso, é uma ferramenta importante para a formação de laços entre as mulheres e para o fortalecimento de sua autonomia.
Sobre isso, a artesã Dinah Caixeta afirma que, “com a economia solidária, nós tomamos as rédeas das nossas vidas. Nos tornamos protagonistas das nossas próprias vidas, com independência financeira, emocional, psicossocial. Nos sentimos acolhidas com nossas companheiras. Vemos que nosso trabalho não é indiferente em nossos núcleos e comunidades. E traz para cada uma de nós auto-estima, a capacidade de tomar decisões e não aceitar de forma alguma a ideia de que lugar de mulher é na cozinha. Quando discutimos nossas demandas, nossas dificuldades, nós sentimos que fazemos parte desse coletivo”.
A organização da Feira
A Feira é parte dos trabalhos da AMESOL para atuar coletivamente e visibilizar seus produtos. Lá, será possível encontrar alimentos doces e salgados, e artesanatos como tapetes, almofadas, bonecas, pomadas e hidratantes naturais, gravuras em vidro, bordados, fuxicos, bijuterias, arte em prata e muito mais.
Além disso, estarão disponíveis os produtos agroecológicos em natura, banana chips, doces e geleias das mulheres do Vale do Ribeira, os alimentos da Comedoria Quiririm, os artesanatos e produtos orgânicos da loja do Ponto, os livros e artigos da livraria Louca Sabedoria.
Além de ser um ambiente agradável, a Feira é uma oportunidade para reunir-se, trocar conhecimentos, comprar artigos que são produzidos sob a lógica da democracia, da cooperação e da solidariedade e, ainda, conhecer as mulheres artesãs e produtoras, em uma relação de olho no olho que nunca é possível quando compramos de grandes marcas que exploram suas trabalhadoras.
Para a expositora Elaine Souza, “a feira é um momento de interação com as outras mulheres, de conhecer outras culturas através das mãos delas, dos olhos delas. É também um momento de orgulho por poder mostrar o seu trabalho. E é uma oportunidade de estarmos juntas e mostrarmos que somos mulheres protagonistas, mulheres vendendo, mulheres cantando, mulheres organizando. Todo dia que eu vou trabalhar, vou para estar junto, para ajudar, bater palma, levar caixa, arrumar barraca. Estar nesse time de mulheres fortes é muito legal”.
A entrada é gratuita e, além da exposição de artesanatos e alimentos, estão agendadas atividades durante todo o dia. Já estão confirmadas oficinas com as próprias expositoras, que ensinarão a fazer carteiras artesanais de Tetrapak, bordado e estamparia em tecido, e farão uma demonstração técnica de gravura em vidro. Além disso, haverá rodas de conversa sobre economia criativa e sobre economia feminista e solidária, puxadas pelas artesãs e com o apoio da SOF e da Marcha Mundial das Mulheres. Às 14h se formará uma roda de samba puxada pelas Negras em Marcha. Quem cuidará do som é a MC e DJ Luana Hansen, que também dará uma palhinha do seu rap feminista.
Elaine Souza agrega que “é impressionante a capacidade de todas, das mais novas às mais velhinhas, de estar em todas as reuniões, de ir pra frente nas feiras, de marchar pelos direitos das mulheres, de brigar por uma vida e um futuro melhor para si, as famílias, as outras mulheres que estão vindo. É outro mundo que se abre quando você começa a participar desse grito de mulheres fortes e corajosas”. Com este espírito de luta e transformação, fica aberto o convite para conhecer o trabalho destas artesãs feministas.
Programação completa:
11:00 – Oficina de carteiras artesanais de Tetrapak
11:30 – Oficina de bordado
11:30 – Demonstração técnica de gravura em vidro
12:00 – Oficina de estamparia em tecido.
14:00 – Roda de samba com as Negras em Marcha
15:00 – Roda de conversa sobre cooperativismo social
16:30 – Roda de conversa sobre economia feminista e solidária
Simplismente sensacional ….PARABÉNS Helena bela publicação e os depoimentos dessas mulheres maravilhosas