Nos dias 16, 17 e 18 de novembro, houve o intercâmbio entre grupos de consumo responsável da grande São Paulo e agricultoras e quilombolas da Barra do Turvo. No encerramento da atividade, estiveram presentes 27 consumidores e quatro grupos de consumo das cidades de São Paulo, Diadema, São Bernardo, Santo André e Taboão da Serra, assim como 18 produtoras dos municípios de Barra do Turvo e de Pariquera-Açu. Os consumidores foram recebidos pelas agricultoras em suas casas, onde passaram o dia 16 e a manhã do dia 17, participando de vivências temáticas.
No Bairro Córrego da Onça, além de conhecer a casa e a roça das mulheres do grupo Rosas do Vale, os consumidores também acompanharam as agricultoras no processo de processamento do café, desde a colheita do grão. No bairro Rio Vermelho, houve uma visita à roça e à criação de animais das agricultoras, além de uma roda de conversa sobre como o tema da Economia Verde tem se apresentado no território. Os consumidores que ficaram no bairro Bela Vista tiveram a experiência de construir um sistema de tratamento de água cinza, junto com as mulheres do grupo Esperança.
A vivência no Centro de Envolvimento Agroflorestal uniu consumidores dos grupos de consumo e estudantes que estavam se hospedando no local. Todos conheceram a história do centro, a produção agroflorestal do local, além da cozinha onde os alimentos são processados e transformados em doces, geleias, conservas, polpas congeladas etc. No Quilombo Terra Seca houve uma oficina de tinta de solo com membros dos grupos de consumo e os jovens da comunidade, que resultou na pintura de espaços coletivos do quilombo.
Um grupo de consumidores conheceu a produção de uma apicultora no município de Pariquera-Açu, onde acompanharam todo o processo de produção do mel e tiveram uma conversa sobre Economia Solidária.
Na tarde do dia 17 e no dia 18, as atividades foram no Quilombo Ribeirão Grande, com todos os consumidores e agricultoras juntos. Na tarde do segundo dia, o espaço foi dedicado à troca de experiências que cada grupo teve em suas respectivas vivências temáticas. O funcionamento dos grupos de consumo também foi pauta, e se discutiu sobre a organização de cada um deles (CCRU – Coletivo de Consumo Rural Urbano, Horta di Gueto, CAUS – Conexão Agroecológica Urbana Social, e amigas da SOF) e sobre como superar os desafios que cada um deles enfrentam. As agricultoras também falaram sobre os grupos de mulheres produtoras que elas compõe, sendo que estavam presentes, além de produtoras que comercializam individualmente, mulheres de quatro grupos: Esperança, As Perobas, Margaridas e Rosas do Vale. Na parte da noite, todos foram à tradicional festa do Quilombo do Cedro.
No terceiro dia os espaços foram destinados a debater sobre o funcionamento da rede em termos de logística, comunicação e relação com as agricultoras. Os participantes buscaram formular, coletivamente, formas de garantir mais autonomia da rede em relação aos processos logísticos, assim como ampliar e fortalecer os grupos em seus processos autogestionados. Também houve uma visita dos consumidores à roça das quilombolas do Quilombo Ribeirão Grande, onde aconteceram as atividades dos dois últimos dias.
Fotos e vídeo: Monika Otterman, André Munhoz e Lucas Gobatti.