No último final de semana (22 e 23/02), as jovens da Barra do Turvo (Vale do Ribeira, SP) deram prosseguimento à oficina de comunicação iniciada em 2018. Participaram do encontro cerca de dez jovens, dos bairros Córrego da Onça e Rio Vermelho e do quilombo Terra Seca.
A oficina pretendia unir as práticas da comunicação aos debates sobre memória, comunidade e a produção agroecológica das mulheres do município. As participantes, divididas em grupos, criaram folhetos sobre a produção de banana, farinha de milho, farinha de mandioca e café, sendo responsáveis pela elaboração de todas as etapas: entrevistas com as agricultoras, fotografias, redação dos textos e diagramação.
No encontro de dezembro, as jovens tinham fotografado e entrevistado as agricultoras, elaborado e digitado os textos e refletido sobre o que é necessário conter em um folheto. Nesta etapa, dois meses depois, revisaram seus textos e fizeram a diagramação.
Os dois dias de atividade foram importantes para a conclusão dos folhetos, mas não só: também permitiram momentos de maior interação entre as jovens dos diferentes bairros. O espaço do Centro de Envolvimento Agroflorestal Felipe Moreira, no bairro Córrego do Franco, foi muito propício: a comida gostosa e variada, a proximidade com a produção agroecológica e a piscina de água da bica deram mais interação e conforto à oficina.
A atividade faz parte do projeto “Mulheres jovens do campo traçando caminhos”, que prevê mais atividades pela frente. No mês de março, será feita uma viagem com quinze jovens para conhecer a Universidade Federal do Paraná – campus Matinhos e a Escola Latino-americana de Agroecologia (ELAA), gerida pela Via Campesina. Tratam-se de universidades públicas com regime de alternância. Este modelo permite à população rural passar um tempo na cidade, estudando, e um tempo em suas comunidades, desenvolvendo projetos.