A 2ª Mostra de Economia Feminista e Solidária foi uma ação realizada pela SOF Sempreviva Organização Feminista com o apoio da Secretaria do Trabalho do Município de São Paulo em parceria com a RESF (Rede de Economia Solidária e feminista) e a AMESOL (Associação de Mulheres da Economia Solidária do Estado de São Paulo).
A mostra contou com a presença de 120 trabalhadoras da economia solidária organizadas em cerca de 45 grupos, além de artesãs individuais. Estiveram presentes grupos de municípios como Osasco, Suzano, Santo André e da região do Vale do Ribeira.
Nesta segunda mostra, ficou ainda mais evidente a capacidade produtiva das mulheres, que trabalham com alimentos orgânicos em compotas, plantas medicinais, bolos, tapioca, pão de mel, sanduíches veganos, entre outros. Além de oferecer uma pequena mostra das possibilidades de alimentos, ainda resgatam a cultura alimentar tradicional da cidade e do estado de São Paulo.
Os produtos de decoração trouxeram elementos da reciclagem, do aproveitamento de materiais, de fios e tramas naturais enriquecidos de criatividade e da junção de tecnologia em impressão de tecidos sintéticos e louça. A importância do autoconhecimento do corpo e os saberes da medicina popular também tiveram espaço em empreendimentos que trouxeram coletores menstruais, folhetos informativos, absorventes higiênicos de algodão etc. A cultura negra esteve presente em bonecas de Abayomi, vestuário com tecidos africanos e objetos de decoração. A mostra contou ainda com a produção de produtos orgânicos para higiene pessoal como sabonetes, hidratantes, difusores e aromatizadores.
Foi expressiva a participação de empreendimentos da Rede Cananéia, com produtos in natura – pimentas de cheiro, mandioca, limão, palmito, farinha, banana, taioba, batata chips, plantas e ervas, cosméticos naturais, além de produtos de decoração e vestuários.
A 2ª Mostra de economia feminista e solidária também contou com uma programação de oficinas oferecida pelas próprias mulheres expositoras. Nas oficinas elas puderam trocar saberes, demonstrar técnicas e divulgar seus trabalhos. Também incorporamos a oficina de criptografia e segurança na internet, oferecida pelo coletivo Actantes.
No dia 13 de maio ocorreu uma avaliação conjunta da Mostra pelas participantes e pelos grupos envolvidos. No balanço, foram apresentadas expectativas, experiências e novos desafios. A organização dos grupos dividindo as barracas foi avaliada como positiva, porque impulsiona o compartilhamento, a coletivização e o apoio entre as mulheres. As oficinas também tiveram boa avaliação, com destaque à oficina final, sobre economia feminista e solidária. As vendas foram, num geral, satisfatórias e acima da expectativa, e a diversidade de trabalhos foi importante neste processo, aumentando a visibilidade da mostra. O Largo da Batata, espaço público na Zona Oeste de São Paulo, tem sido um ambiente importante, e é então necessário, segundo as presentes, reafirmá-lo como um espaço para as mulheres, com a vontade de que a atividade tenha maior periodicidade.