O curso tem foco nos eixos formativos do feminismo, estudos de gênero, conhecimento agroecológico e construção social de mercados solidários .
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Desde 2019 a SOF e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) estão trabalhando em parceria para oferecer o curso o 1º Curso Técnico Subsequente em Agroecologia. O curso foi apresentado em dezembro de 2020 e aprovado pelo Conselho Superior do IF em junho deste ano, e está com as inscrições abertas até dia 19 de setembro.
Essa construção teve início em 2019, quando a SOF procurou o IFSP para um projeto conjunto em resposta ao convite realizado pelo Fundo Newton do Conselho Britânico. Essa parceria resultou na aprovação do projeto “Fortalecimento das mulheres rurais, seus agroecossistemas e redes para construir alternativas à pobreza e à vulnerabilidade no Brasil”, o que permitiu a construção do Curso Técnico em Agroecologia.
Além de ser o 1º Curso Técnico em agroecologia com pedagogia da alternância ofertado pelo IFSP, outros fatores inéditos são o recorte a partir da experiência feminista no campo da agroecologia e economia, do envolvimento de demais câmpus do Instituto Federal.
O período de duração da formação é de 18 meses e são oferecidas 30 vagas para pessoas oriundas da agricultura familiar tradicional e da reforma agrária, preferencialmente mulheres, e de comunidades localizadas no Vale do Ribeira, SP. A sede do curso será no Câmpus Boituva do IF mas pretende reunir, no formato multicampi, estudantes de diferentes regiões do Estado de São Paulo a partir dos câmpus do IFSP que contam com Núcleos de Estudos em Agroecologia (NEA).
O objetivo da formação é estimular e resgatar entre as juventudes rurais, principalmente mulheres, o envolvimento na prática da agricultura agroecológica, como comentou Miriam Nobre, da equipe da SOF. “Esperamos que este curso as acolha para que se sintam mais fortes, criativas e habilidosas. Acreditamos que este curso combinará conhecimentos acadêmicos com práticas e experimentações das agricultoras com seus cultivos diversos e manejos cuidadosos do solo, das plantas e dos animais em uma relação harmoniosa com a natureza”, concluiu.
A elaboração do projeto pedagógico do curso (PPC) foi realizada de forma conjunta entre técnicas da SOF, servidoras das pró-reitorias de Ensino e Extensão, professoras e professores dos câmpus Boituva, Campinas, Jacareí, Matão, Registro e São Roque. Contou também com a participação de representantes das organizações britânicas Christian Aid e do Centro de Agroecologia da Universidade de Coventry.
É importante ressaltar que a Educação do Campo como pressuposto teórico-metodológico inclui a Pedagogia da Alternância como forma de se garantir processos de formação profissional dialógicos, socialmente referenciados e com compromissos de transformação das diferentes realidades envolvidas no processo.
De forma geral, o curso terá como objetivo a formação de agricultores, agricultoras, jovens e adultos vindos da agricultura familiar, agricultura urbana e periurbana, povos e comunidades tradicionais e reforma agrária do estado de São Paulo.
Para a SOF o curso também é um dos frutos de um processo de construção coletiva dos último anos junto a RAMA (Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras da Barra do Turvo) e da rede de comercialização de Grupos de Consumo Responsáveis na Grande São Paulo.
O curso tem foco nos eixos formativos do feminismo e estudos de gênero, conhecimento agroecológico e construção social de mercados solidários para gerar possibilidades de atuação desses sujeitos no mundo do trabalho rural e urbano promovendo conjuntamente a sua autonomia e o enfrentamento das desigualdades de classe, gênero e raça, ambientais, e econômicas em seus territórios.
Acesse aqui Projeto Pedagógico do curso Técnico Subsequente em Agroecologia
Nova publicação: As novas formas dos velhos mecanismos de apropriação da natureza: controle dos corpos-tempos-territórios e política feminista