Dia 28 de setembro é o Dia Latino-americano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto. O movimento feminista todos os dias se mobiliza pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito, e tem no dia 28 de setembro um marco para a mobilização e o debate emergente sobre o assunto.
No Brasil, mais de 1 milhão de abortos clandestinos acontecem todos os anos. A situação de clandestinidade é responsável pelo silêncio, medo, situações de risco e mesmo morte de mulheres que se submetem a procedimentos inseguros. Criminalizar do aborto é também, portanto, criminalizar as mulheres e retirar delas sua autonomia sobre o próprio corpo, vida e sexualidade. Aborto não deve ser crime!
Ser mulher sem Temer
Em São Paulo, irá acontecer a atividade “Nosso corpo nos pertence! Ser mulher sem Temer!”, organizada pela Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragens (MAB) e Levante Popular da Juventude. As mulheres se reunirão na Praça da Sé a partir das 17h para panfletagem, falas e batucada. “Cobramos do Estado: educação sexual para prevenir, contraceptivos para não engravidar e aborto legal e seguro para não morrer. Mas não dialogamos ou depositamos qualquer esperança nesse governo golpista. Por isso, lutamos pelo Fora Temer, pela saída dos fundamentalistas do Congresso, por nenhum direito a menos para as mulheres e por Diretas Já”, diz a convocatória da atividade.
Somos todas clandestinas
A data ainda será marcada pelo lançamento do filme e do livro “Somos todas clandestinas”. O lançamento será no centro da cidade, na livraria Tapera Taperá, na Av. São Luiz, 187. O evento contará com um bate-papo com as organizadoras, apresentação da cantora Luiza Lian e a distribuição do livro será gratuita no dia.
“Estima-se que, ao longo de sua vida adulta, uma em cada cinco mulheres brasileiras terá feito pelo menos um aborto. Apesar disso, pouco se sabe sobre suas experiências, devido à criminalização e estigmas relacionados ao aborto”, afirmam as organizadoras. Para romper com esse silêncio, o livro ‘Somos Todas Clandestinas – Relatos sobre aborto, autonomia e política‘ compilou mais de 20 depoimentos que ressaltam diferentes aspectos do processo de interrupção de uma gravidez.
#PrecisamosFalarSobreAborto
Nas redes sociais, o dia 28 terá 24h de programação produzida por mulheres, com a Virada Feminista Online. Através da hashtag #PrecisamosFalarSobreAborto, as mulheres transmitirão vídeos de debates e atividades culturais sobre a legalização do aborto, que serão acessíveis em tempo real através das redes sociais. Estão confirmadas na programação mais de trinta nomes, entre escritoras, blogueiras, cantoras, professoras, coletivos, movimentos, canais de comunicação, entre outros.