No dia 18 de agosto, a equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) da SOF esteve presente na aldeia Takuari, no município de Eldorado, para uma conversa com a comunidade indígena. A conversa, junto ao cacique da aldeia, veio da preocupação das mulheres indígenas beneficiárias do programa de ATER Mulheres.
O programa de ATER está sendo realizado desde o início de 2015, com a proposta de colaborar com as alternativas agroecológicas das mulheres agricultoras da região do Vale do Ribeira e fortalece-las em seus trabalhos cotidianos.
A conversa reuniu a equipe de ATER, as mulheres da aldeia, o cacique, alguns estudantes da Escola Indígena e seus professores indígenas. Durante a reunião, o debate central foi o da história do agronegócio no Brasil, desde a revolução verde até os tempos atuais.
Desta linha do tempo, alguns impactos deste agressivo modelo são marcantes na região da comunidade: a bananicultura que utiliza a pulverização aérea de agrotóxicos nos limites da aldeia e nas estradas; o processo de desertificação dos solos e que gera o acúmulo de detritos e sedimentos nos rios e o desbarrancamento das estradas. “Já diziam nossos antepassados que isso aconteceria. Nós não pensamos no amanhã apenas, mas no tempo de nossas gerações nessa terra que é nossa e que aqui permaneceremos. Isso é muito grave para a nossa saúde e para a nossa permanência na terra”, frisou o cacique.
No final de agosto, nos dias 29 e 30, a equipe esteve presente na audiência pública sobre o uso de agrotóxicos em São Paulo, na Faculdade de Saúde Pública da USP. A agenda foi convocada pelo MPF, DPU, Ouvidoria Geral da Defensoria e pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida em SP. A audiência discutiu os impactos na saúde causados pelos venenos em diversas regiões do estado de São Paulo.