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O objetivo desta publicação de autoria de Natália Lobo, realizada com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo e fundos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e de Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), é mapear como a disputa pelos territórios, a natureza e os modos de vida está se desenhando: quais são as tendências do capitalismo e do mercado, e quais são as resistências, alternativas e perspectivas feministas e populares para a construção de uma economia que coloque a vida no centro, a partir da retomada dos corpos-tempos-territórios.
Atualizando nosso modo de compreender a dinâmica do avanço do capital sobre a natureza e indo além da perspectiva da sustentabilidade ambiental, reforçamos a necessidade de uma visão de natureza integrada aos humanos, mantida historicamente pelos modos de vida dos povos e comunidades.
Quando falamos de território, falamos também de autodeterminação dos povos, da construção de espaços comuns e de economias que não se guiam pela lógica de mercado, do direito de estabelecer relações harmoniosas com a natureza que não precisam ser ensinadas aos povos pelo discurso da sustentabilidade, da capacidade de sermos soberanas nas decisões sobre nossos corpos-tempos-territórios. Na experiência da Marcha Mundial das Mulheres, aprendemos que o feminismo popular internacionalista se constrói em cada território, mas com princípios em comum: mulheres contra a guerra, contra o capital, contra o racismo, contra o capitalismo e suas falsas promessas, até que todas sejamos livres.
Esta reflexão foi organizada de forma a apresentar, inicialmente, algumas tendências gerais das novas formas de apropriação capitalista da natureza. Na sequência, mostramos as respostas contra-hegemônicas que as mulheres, movimentos e povos têm construído a partir de suas experiências e territórios. Buscamos, ainda, demonstrar que essas experiências podem ser incorporadas a um projeto político amplo, o que representa o alargamento dos nossos horizontes como movimentos e organizações: mais do que simples alternativas a serem desenvolvidas localmente, são respostas que nos dizem sobre como organizar outro mundo possível, e sobre o caminho até lá.
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