O artigo de autoria de Miriam Nobre e Natália Lobo presente no livro recém lançado “Nanotecnologia, sociedade e meio ambiente: Convergências, divergências e insurgências tecnológicas” de Jorge Luiz dos Santos Junior (Org.) aborda as experiências e resistências das agricultoras agroecológicas da RAMA no enfrentamento ao capitalismo verde.
Além da Introdução, que pode ser conferida abaixo, o artigo está dividido em: Revolução Verde e Agricultura 4.0: reforço da dependência corporativa; Falsas soluções no debate climático; Bioeconomia para quem? e Alternativas desde as mulheres.
Introdução
No Brasil, em uma região montanhosa coberta de Mata Atlântica do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, há um grupo de mulheres que praticam agricultura desde há muitas décadas. Elas cultivam uma diversidade de plantas que são comida, remédio, isca para inseto e melíferas. Elas plantam em círculo para ocupar melhor o espaço e resistir à declividade dos terrenos montanhosos. Elas cultivam tudo de forma misturada, combinando plantas conforme a arquitetura de suas raízes, ramos e folhas: plantas companheiras que ajudam umas às outras a crescerem. Ao podá-las ou arrancá-las para fazer o manejo da produção, abrem espaço para entrar luz ou deixar a planta do lado crescer e, ao mesmo tempo, colhem comida.
Todo esse conhecimento elas aprenderam com as mulheres mais velhas, que os desenvolveram ao longo de muitos anos a partir da experimentação e observação da natureza. Juntas na RAMA – Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras, elas se afirmam feministas e vão tecendo alianças com coletivos urbanos para que a boa comida que produzem chegue à classe trabalhadora e às periferias das cidades. E, assim, vão entendendo como esse jeito de fazer agricultura acontece nas frestas, na oposição e na resistência ao modelo industrial de agricultura da chamada “Revolução Verde”. E é isso o que vamos tratar nesse capítulo.
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