No ultimo domingo (28), aconteceu um encontro entre as militantes da Marcha Mundial das Mulheres de Campinas e as agricultoras da Ocupação Elisabeth Teixeira. A ocupação, organizada pelo MST, fica na região de Limeira, também no estado de São Paulo. A ocupação homenageia Elisabeth Teixeira, agricultora e grande militante da Paraíba, hoje com 94 anos.
“A ideia deste encontro veio da vontade de criar uma relação solidária e feminista de produção e consumo dos produtos agroecológicos que as mulheres cultivam na ocupação”, explicou Sheyla Saori, militante da MMM e técnica da SOF. Esta ocupação existe desde 2007 e segue firme, apesar de já ter sofrido diversas reintegrações de posse.
O grupo de mulheres agricultoras relataram durante o encontro que não possuem DAP (o documento que comprova a atividade rural), energia elétrica e abastecimento de água, e ainda encontram dificuldade para ter reconhecimento como agricultoras. Ainda assim, o grupo resiste, com praticas agroecológicas e com a produção diversificada de seus quintais. A atividade começou com uma roda de conversa sobre a expectativa de consumo e, em seguida, partiu para duas visitas, nos quintais das agricultoras Cíntia, Clarice e Juraci.
Atualmente, com o apoio do ITCP-Unicamp, o grupo faz feiras em Campinas e entrega cestas de produtos em Limeira. Com o objetivo de fortalecer a resistência das agricultoras e colaborar para que os alimentos sem agrotóxicos se tornem acessíveis, a Marcha Mundial das Mulheres de Campinas pretende formar um grupo de consumo, aprofundando sua conexão com a realidade de mulheres rurais na agroecologia.
Iolanda, militante da MMM de Campinas, sintetizou o encontro: “são os primeiros passos para a almejada aliança campo-cidade: ‘sonho que se sonha junto. Há 13 anos, sete mulheres ocuparam terras da União e fizeram florir a esperança”!