Acaba de ser lançado no YouTube o vídeo “Economia Feminista: aprendendo com as agricultoras”. O vídeo é uma produção da SOF Sempreviva Organização Feminista, em parceria com a RAMA Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras da Barra do Turvo.
O vídeo trata da Economia Feminista a partir das contribuições das mulheres do movimento feminista e agroecológico, de bairros e quilombos da Barra do Turvo, município no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. A Economia Feminista é apresentada como uma construção diária na vida das mulheres. É também um projeto político a ser perseguido para organizar a sociedade toda, articulando as dimensões do trabalho no campo, da agroecologia, da organização comunitária, da soberania alimentar, da reprodução da vida e do movimento feminista.
As agricultoras, no vídeo, falam sobre as transformações que a organização coletiva ocasionou na vida delas em muitos aspectos, desde mudanças na forma como elas se percebem individualmente até a construção de um sujeito coletivo. “Para mim, ajudou muito porque eu não falava, eu não saia de casa, eu inventava história para eu não ir na reunião, quando começou. Pra mim mudou muito. Muito bom encontrar com as pessoas, conversar, aprendi a falar, né? Pra mim mudou muito na minha vida, para melhor”, diz Aparecida dos Santos, uma das entrevistadas durante o vídeo.
A sustentabilidade da vida é o foco da Economia Feminista, e, para isso, é preciso construir alternativas e transformar a estrutura da sociedade. A soberania alimentar faz parte desse processo, como aponta Nilce Pontes, agricultora, liderança da CONAQ, e também presente no vídeo. “Para mim, é dizer, enquanto quilombola, que a segurança alimentar e a soberania alimentar, vem muito do nosso modo de vida, da forma como nós nos relacionamos com a terra. E como nós projetamos essa segurança do território com a saúde alimentar. Isso para nós é uma relação complexa: de como nós vivenciamos, como que a gente interage, e como produzimos alimentos saudáveis e adequados, que garantem a soberania alimentar. Nós enquanto mulheres quilombolas, enquanto mulheres negras.”
O vídeo está disponível no YouTube da SOF em português, espanhol, inglês e francês.
Que bom ver que o trabalho das mulheres está sendo reconehecido.
O vídeo “Economia feminista: aprendendo com as agricultoras” retrata a importância da participação e da interlocução das mulheres com as diversas jornadas de trabalho em um único dia. E a invisibilidade dessas tarefas e trabalhos na percepção das pessoas, conforme relato pela Sr.ª no vídeo. A produção apresenta o conceito de trabalho numa perspectiva formal e de produção de bens visíveis e palpáveis. Nesse meu comentário abre precedente e espaço para a reflexão tão surrada quanto os afazeres-trabalho doméstico, eis a questão: “trabalho doméstico não é bem de serviço e não tem produtos/resultados palpáveis?” Eu mesma respondo: claro que sim! Roupas lavadas e passadas, casa limpa, comida à mesa, são frutos dessa atividade, desse ramo de trabalho. O vídeo apresenta a perspectiva dessa invisibilidade do trabalho doméstico e do trabalho feminino, pela influência histórica do Machismo, colonialismo, racismo expresso no vídeo por depoimentos de entrevistadas. Bom como, pela divisão sexual do trabalho, ou seja, o que é trabalho de homem e de mulher, e os espaços em que ocorrem influem na visibilidade. O trabalho feminino frequentemente é realizado em espaços fechados, portanto, menos visível, determinando assim a importância e a remuneração. Segundo o vídeo e o que podemos constatar na realidade cotidiana essa divisão história evoluiu e tem novas configurações, ainda que incipientes dentro de um contexto social, político, cultural e econômico mais amplo. Particularmente, considero que a principal mudança dessa realidade advém da tomada de consciência das mulheres sobre a importância e o valor de seu trabalho, de seu labor, pela leitura que desde a erva medicinal que plantou na horta de casa teve empenho de força, tempo e dedicação para que crescesse e pudesse ser consumida. Essa afirmativa pode ser constatada na citação da Caderneta Agroecológica onde se registra a produção de ervas aromáticas, hortaliças, para autoconsumo, para troca, para venda e para doação, expressou o valor desse trabalho na manutenção da casa, comunidade e até mesmo de municípios inteiros. E o papel econômico desse trabalho, o valor da colheita de um pé de alface e o impacto dele nas contas das compras no mercado. Ou seja, se produz economiza dinheiro porque não tem que comprar. E se vende a alface ganha-se dinheiro para investir em si mesma, na casa. E essa percepção foi e é libertadora. Libertadora de dificuldades, necessidades e propicia qualidade de vida a elas e a família. Reforçando o reconhecimento de sua importância como mulher, e como protagonista de sua história. O vídeo aborda conceitos de interdependência e ecodependência e associa a manutenção da vida aos cuidados investidos para sua continuidade. E que essas inter e eco dependências são invisibilizadas pela naturalização de sua ocorrência. Esse paradigma pode ser rompido através da tomada de consciência de que a natureza não está a nosso serviço, da percepção do valor do trabalho feminino seja ele doméstico ou profissional no mercado de trabalho formal, tanto na agricultura, quanto na indústria, ou em atividades e profissões liberais.Márcia Antônia Dias
o trabalho das mulheres na agroecologia é sem duvidas uma força de relevancia. na experiencia são mulheres de uma realidade diferente daqui do nordeste onde resido. mas falo do tipo de solo. Pois a força e participação da mulher por aqui tambem tem muita motivação.
Realidade das mulheres Brasil a fora. Linda história!!!
Oi agradeço por estar participando desse grupo
Parabéns mulheres as São guerreiras
Força e perseverança guerreiras!
Excelente DOC que demonstra a importância do trabalho das mulheres no estabelecimento da AGROECOLOGIA e PRODUÇÃO ORGÂNICA. As mulheres são fundamentais nas REDES DE AGROECOLOGIA por todo o Brasil. Parabenizo aqui todos as mulheres envolvidas no processo de produção deste documentário e as mulheres agricultoras de Barra do Turvo, Vale do Ribeira-São Paulo.
Excelente e inspirador o material de hoje.
Que bom as mulheres do campo começam ter força. Parabéns.
vou levar a ideia para o Assentamento Menino Jesus que fica no Ceará no município Chorozinho
muito bom ouvir e ver que a luta esta de pé
As mulheres, como sempre, à frente das mudanças. Parabéns a todas!
Bom dia! muito lindo.
Lindo!!!
Muito, muito bom!!!
O mundo seria muito melhor se houvesse mais governantes mulheres!!!
Parabéns as mulheres agricultoras
Realmente os trabalhos das mulheres ainda e cansativo nos mulheres. do mst estamos tentando mudar issa etnia
Economia e feminismo em tempo de pandemia essas mulheres são guerreiras
É necessário eleger mulheres que realmente representante a categoria no congresso, e que as políticas públicas sejam eficazes para o crescimento da Agroecologia e economia solidária.
No quesito Gênero sinto falta de material que trate de igualdade de gênero, obrigações domésticas divididas(citado no vídeo) e ainda mais sobre LGBTSQUI+
ÇEstamos em um momento e contexto de homofobia e morte dessas pessoas. Contexto institucionalizado por governos e civis. A Agroecologia também vive essa luta com amor e aceitação! Esse é um grande diferencial e precisa ser estudado e visibilizado.
Obrigada pelo material e se tiverem material sobre o tema da transexualidade gostaria de receber. Obrigada!
Parabéns pelo belo trabalho!
Esse vídeo é o reflexo nas nossas comunidades ribeirinhas.
Mulheres protagonistas da sua própria história.