Na terça-feira, dia 18 de fevereiro, aconteceu o lançamento da publicação “Prostituição: uma abordagem feminista” e do vídeo “Nosso corpo nos pertence?”, produzidos pela SOF.
Com cerca de 50 pessoas, entre estudantes e pesquisadoras, militantes feministas, mulheres que vivem ou viveram em situação de prostituição, o lançamento foi um importante momento de reflexão.
Nalu Faria, coordenadora da SOF, fez uma breve exposição sobre a cartilha, que visa contribuir para a compreensão da prostituição como uma instituição patriarcal que garante aos homens o controle sobre o trabalho, o corpo e a sexualidade das mulheres. O material é resultado de um primeiro esforço de síntese realizado pela equipe da SOF, que tem debatido muito essa questão em conjunto com a Marcha Mundial das Mulheres.
Segundo Tica Moreno, buscou-se, na cartilha e no vídeo, apresentar outra visão sobre a prostituição, diferentemente daquela que está ganhando espaço na mídia, que apresenta a prostituição como uma escolha individual da mulher. Assim, optou-se por dar voz às mulheres prostituídas que sofrem com a marginalização e a invisibilidade.
Cleone Santos, militante da Marcha Mundial das Mulheres, que viveu 22 anos em situação de prostituição, levantou a discussão sobre o Projeto de Lei 4.211/2012 do deputado federal Jean Willys (PSOL/RJ), afirmando que este visa regulamentar a atividade dos exploradores, cafetões e donos das casas de prostituição, sem nenhuma garantia de melhoria para a vida das mulheres em situação de prostituição. Para ela, é preciso que estas mulheres tenham acesso a serviços básicos, como saúde e educação, além de garantir o investimento em políticas públicas que ofereçam segurança e autonomia. “A gente tem que esclarecer para as mulheres que existem essas políticas públicas, senão elas vão continuar acreditando que elas não existem. Nós queremos uma política que não explore mais ainda as mulheres.”
O lançamento contou com a presença de membros de diversas organizações, entre elas, mulheres do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) que participaram da gravação do vídeo.
A cartilha está disponível para acesso gratuito clicando aqui e o vídeo pode ser visto no canal da SOF no Youtube.