Nos últimos dias 3 e 4 de fevereiro a SOF participou do I Webinário do GT 5 “Novas teorias, práticas e resistências das mulheres do campo, das florestas e das águas frente às transformações dos sistemas agroalimentares” da da Rede de Estudos Rurais.
O evento contou com a coordenação de Rodica Weitzman (CPDA/UFRRJ) e Andrea Butto (UFRPE) e foi dividido em duas sessões, uma a cada dia, com várias participações especiais.
No primeiro dia, o tema abordado foi “Conflito entre ‘capital’ e ‘reprodução da vida’: distintos paradigmas” tendo a participação especial de Amaia Pérez Orozco (Espanha) e Márcia Tait (Brasil). Já no segundo dia foram abordados os impactos da COVID-19 sobre as mulheres: Mudanças na divisão sexual de trabalho e nos sistemas agroalimentares em diversos contextos no Brasil.
Foram apresentadas as pesquisas: “Sem parar- o trabalho e a vida das mulheres na pandemia”, com Natalia Lobo da SOF – Sempreviva Organização Feminista, Brasil; Pesquisa “Vulnerabilidades e Resiliências de Agricultoras Agroecológicas face à Pandemia da COVID-19”, com Isabelle Hillenkamp, IRD-CESSMA, França; e Pesquisa “Mulheres e COVID-19” com Michelly Aragão, Rede Feminismo e Agroecologia do Nordeste, Brasil.
Em sua contribuição, Natália Lobo, que integra a equipe técnica da SOF compartilhou dados e análises a partir da pesquisa Sem Parar, realizada em parceria com a Gênero e Número para investigar como a vida das mulheres do campo e da cidade foram afetadas pela pandemia.
“As mulheres rurais são mais responsabilizadas por um cuidado que é amplo, da família, das pessoas vizinhas e amigos e sofrem com a ausência de politicas de estado que fazem com que as mulheres absorvam o trabalho sozinhas para que a vida possa se reproduzir, assegurando a sustentabilidade da vida.”
Em seguida, Isabelle Hillenkamp, da Universidade de Paris (IRD-CESSMA), destacou as formas de resiliência que as agricultoras agroecológicas da RAMA (Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras da Barra do Turvo) no Vale do Reibeira – SP e da Zona da Mata – MG encontraram durante o período pandêmico.
Isabelle destacou a importância das redes de mulheres para garantir a sustentabilidade tanto da produção quanto em relação aos grupos de consumos e realização das vendas. As redes de militantes também tiveram papel importante para o fortalecimento das produções. Destacou também os desafios enfrentados nas novas dinâmicas de acesso a internet.
“Estamos falando de redes e grupos que trazem uma grande bagagem e acúmulo na construção política, feminista e agroecológica desde muito tempo, e acreditamos que mesmo que pandemia tenha dificultado muito as construções coletivas das respostas, as respostas não deixaram de aparecer”.
Assista as gravações dos webinários: